Arraial d’Ajuda: o charme encontra o mar e a vida parece sempre mais leve

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Sumário

Arraial d’Ajuda é o tipo de lugar que não precisa fazer esforço pra conquistar ninguém. Basta atravessar a balsa e já dá pra sentir que o ritmo muda. O vento é mais macio, as ruas são mais charmosas, o verde parece mais vivo e o mar mais convidativo. Atravessar de Porto Seguro pra Arraial foi quase como passar por uma porta invisível que separa o barulho da calmaria. Do lado de cá, tudo desacelera — e você começa a existir num tempo que não é bem o seu, mas que rapidamente se torna.

Atenção: se você for de carro (ou até mesmo apé), saiba que para atravessar é necessário pagar a travessia. Na data de publicação deste artigo, o valor para atravessar com carro era de R$ 21,00.

Eu me hospedei na Pousada Villab, um cantinho acolhedor, silencioso e exatamente como Arraial deveria ser: intimista, iluminado e com cara de casa de praia arrumadinha. Foi dali que comecei a explorar tudo com mais calma, caminhando, deixando o fluxo do vilarejo me guiar. Cada ruela parece uma paleta de cores, cada esquina esconde uma loja charmosa, cada fachada tem personalidade.

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Logo no primeiro dia, fui conhecer a Praia do Apaga-Fogo, que fica bem perto da balsa. É um lugar diferente, quase escondido, com mar extremamente tranquilo e uma transparência que hipnotiza. Tem uma energia de acolhimento, como se fosse um convite pra deixar o resto da viagem mais leve. Foi meu primeiro contato com o litoral de Arraial, e ele já dizia tudo: aqui, você não precisa correr pra lugar nenhum.

Praia do Apaga-Fogo
Praia do Apaga-Fogo – Rocardo Junior

 

À noite, caminhei até a Rua do Mucugê, famosa e, sinceramente, merecidamente famosa. É provavelmente uma das ruas mais charmosas do Brasil. As luzes penduradas, os restaurantes aconchegantes, as lojas de decoração, os barzinhos com música boa, as cores, os cheiros… tudo parece pensado pra encantar. Mas o mais curioso é que nada ali parece artificial. Arraial tem essa característica rara: ser turística sem perder a autenticidade. E nesse primeiro contato, eu já sabia que esses dias ali seriam especiais.

Praia de Pitinga

No dia seguinte, resolvi explorar a Praia de Pitinga, que se tornou uma das minhas preferidas da viagem inteira. A areia clara, o mar que muda de cor conforme o sol avança, e aquela parede de falésias que abraça todo o cenário criam uma estética que simplesmente não tem como ignorar. Pitinga tem um encanto silencioso, desses que você sente no estômago. Caminhei até o final da faixa de areia e subi um mirante natural que oferece um dos visuais mais absurdos de Arraial — um daqueles momentos que fazem você desacelerar e apenas contemplar.

Praia da Pitinga
Praia da Pitinga

Voltei pela praia, ainda com o sol quente no rosto, e dei uma passada no Beco das Cores. É exatamente o que o nome diz: um beco onde tudo é cor, e tudo é hiperfotogênico. Painéis artísticos, murais, estrutura meio labiríntica… é um lugar que te deixa criativo sem você nem perceber.

A cada esquina, Arraial reforçava aquela sensação de que aqui a vida acontece sem esforço. A gente respira mais fundo, anda mais devagar, encara o mar com mais profundidade.

Reservei um outro dia só para a região de Taípe, e essa escolha foi certeira. Taípe é o tipo de praia que parece isolada do mundo, guardada por falésias gigantescas que dão ao lugar um clima quase secreto. A areia fofa, o mar limpo, o silêncio enorme — tudo ali se torna uma experiência sensorial. É o encontro do selvagem com o poético. Fiquei horas só olhando o mar e tentando absorver o tamanho do cenário. Arraial te oferece essas pausas. E se você aceita, elas te transformam um pouco.

À tarde, já de volta pra perto da vila, passei pelo Parracho e comi uma feijoada quase lendária na Barraca do Raiu. Aquela coisa de praia baiana que alimenta a alma e o corpo. No fim do dia, subi até o Mirante da Igreja Nossa Senhora d’Ajuda. É simples, tradicional, mas extremamente simbólico. Dali o pôr do sol parece uma pintura, e a cidade ganha um brilho que só Arraial tem — aquele brilho de paz.

Meu último dia ali foi propositalmente mais leve. Voltei pra Apaga-Fogo, revisitei lojas no centro histórico, caminhei pelas ruas de novo só pra sentir o clima, observei cada detalhe da arquitetura e terminei a noite na feirinha da Mucugê, entre artesanato, música e gente bonita circulando sem pressa. Parece que Arraial foi feito pra isso: pra gente desacelerar com consciência, sem deixar a estética de lado.

Recomendo saborear a comida no Paulinho Pescador. Pra mim foi o restaurante mais gostoso que eu já comigo lá em Arraial. Valor super acessível e com bons pratos.

Restaurante Paulo Pescador - Arraial D'Ajuda
Restaurante Paulo Pescador – Arraial D’Ajuda

Arraial d’Ajuda, pra mim, foi uma experiência sensorial inteira. Uma mistura de praia, charme, cultura, energia boa e detalhes que conversam com o olhar de quem trabalha com design e gosta de observar o mundo com intenção. É o tipo de lugar que te pede mais tempo, mais calma e mais presença. E tudo isso fez sentido hospedada na Pousada Vilar, que virou minha base afetiva ali — um lugar simples, mas com alma.

É engraçado como Arraial conquista não pelo impacto, mas pela constância. Não é um destino que te atropela de informações, nem que precisa gritar pra chamar atenção. Ele apenas existe, cheio de charme, sutileza e beleza orgânica. Em Arraial, você não visita: você pertence, mesmo que seja só por alguns dias. É aquele tipo de destino que fica na pele, no ritmo, no jeito de andar. Um lugar que dá vontade de voltar antes mesmo de ir embora.

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